Entre nós o fabrico de palitos tem-se conservado como industria caseira, passando de geração em geração, porque os chefes de família obrigam a isso os filhos, principalmente as raparigas, que, desde os 7 anos nela se vão aperfeiçoando e desenvolvendo até que estejam aptas para receber como dote de casamento, depois dos 17 ou 18 anos, uma faca e uma correia, instrumentos preciosos e suficientes para abastança do seu futuro lar.
0 corte do salgueiro branco, nos campos de Coimbra, Golegã, Santarém e nas margens do Ceira e Mondego, a jusante de Penacova, faz-se em Novembro, Dezembro e, na sua quase totalidade, em Janeiro; convindo não apanhar chuva na ocasião da colheita, para a madeira não ficar dura em excesso.
Os meses de Fevereiro e Março são destinados ao preparo da madeira, isto é, a descasca, racha (abertura de alto a baixo) e secagem ao sol ou mesmo á sombra. Depois, quando querem fazer uso dela, se esta húmida, levam-na ao forno a temperatura de cozer pão, de onde sai para ser cortada ou serrada em troços e estes rachados pela faca inglesa em varas pequenas para os palitos. Há paliteiro tão adestrado que pega numa mão cheia dessas pequenas varas e, com uma ligeireza espantosa, faz 6 e 8 palitos de uma vez. É isto vulgar em Lorvão, única terra em que se fabrica o palito mais ordinário, que denominam palito magano.
Estranhando nós que, sendo Lorvão a mãe, a escola, desta indústria, seja ali que se fabrique a maior parte dos palitos ordinários, responderam-nos que, se os discípulos se dedicassem ao fabrico de palitos baratos (maganos), não ganhavam para comer. Efectivamente os paliteiros de Lorvão dedicam-se de preferência ao fabrico do palito mais barato; porque eles como mais peritos na arte, que vem de muitas gerações, são os que sabem aproveitar melhor a madeira, dividindo-a com rapidez em bocadinhos, pegando neles em grupos e fazendo uns poucos de palitos ao mesmo tempo.
E em Lorvão e no lugar de Lavatodos, da mesma freguesia, que os fabricantes trabalham habitualmente na confecção de palitos, sendo também apenas nesta freguesia que os homens se dedicam a esta industria. Nos outros lugares o trabalho é intermitente, pois e apenas nas horas vagas dos serviços do campo e lidas domesticas que os seus habitantes se dedicam a industria dos palitos.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
José david afonso
José David Afonso era agricultor em Vila Boa, Vinhais, e começou há seis ou sete anos a fazer pegas em madeira, que surgem das formas naturais dos troncos - dos nós, das curvas e da casca nascem pássaros e figuras humanas. «E eterno o que eu tenho aqui, a madeira de castanheiro bravo não se estraga, disse-me um carpinteiro. Esta peca que parece um policia vai ficar sempre assim e eu gosto. Para lhe dar a forma vi-me e desejei-me».
, Na parede tem os prémios que condecoram a sua batalha de formão e canivete a talhar a madeira dura. «Sempre tive um bocadinho de inspiração, mas não tinha tempo nem vagar. Agora que estou reformado dediquei-me e vendo quase tudo nas feiras».
, Na parede tem os prémios que condecoram a sua batalha de formão e canivete a talhar a madeira dura. «Sempre tive um bocadinho de inspiração, mas não tinha tempo nem vagar. Agora que estou reformado dediquei-me e vendo quase tudo nas feiras».
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